Má notícia...
À hora do almoço deparei-me com esta notícia, de que o Lisboa/Dakar tinha sido cancelado devido a ameaças directas contra a prova na sua passagem pela Mauritânia...como é que isto chega a este ponto?! A al-Qaeda quer meter a "mão" em tudo...até mete nojo. Como seria de esperar vai trazer muitos prejuízos a Portugal...Entre as perdas financeiras, o governo português surge em destaque, ao não receber retorno dos três milhões de euros que investiu este ano, a mesma verba gasta nos anos anteriores (2006 e 2007), mas autarquias, organizadores, patrocinadores e equipas também verão os seus investimentos postos em causa. Este mundo não tem ponta por onde se pegue...
Aqui fica um artigo retirado do Correio da Manhã:
A prova foi suspensa pela primeira vez em 30 anos de realização, depois de o governo francês ter aconselhado, por motivos de segurança, os seus cidadãos a não se deslocarem à Mauritânia, onde quatro turistas franceses foram assassinados no dia 24 de Dezembro, num ataque atribuído a um ramo do Al-Qaeda, no Magreb islâmico.
“Depois de diferentes conversas com o governo francês – em particular com o ministro dos Negócios Estrangeiros – e tendo em conta as suas firmes recomendações, os organizadores do Dakar decidiram anular a edição de 2008 do rali, programada para decorrer entre 5 e 20 de Janeiro entre Lisboa e a capital senegalesa”, refere a ASO num comunicado emitido hoje em Lisboa, citado pela agência de notícias France Presse.
O cancelamento fora inicialmente avançado pelo director da France-Télévisions, Daniel Bilalian, parceiro oficial da prova. Em declarações à 'Rádio Europe 1', Bilalian disse que "se acontecesse o mais pequeno problema, toda a credibilidade da ASO (Amaury Sport Organisation) seria posta em causa".
A 30ª edição do Rali Lisboa-Dakar deveria começar no sábado junto ao Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, terminando a 20 de Janeiro, na capital do Senegal. Oito das 15 etapas da prova deveriam passar pela Mauritânia.
MAURITÂNIA CRITICA ANULAMENTO
A Mauritânia criticou esta sexta-feira a decisão da ASO em cancelar o rali Lisboa-Dacar, alegando não haver “qualquer elemento novo que a justifique”.
Em declarações à televisão RTL, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Mauritânia, Babah Sidi Abdallah, garantiu que foram “tomadas todas as medidas para garantir que o rali se realizasse sem qualquer incidente”, referindo que tinha sido destacada uma força de três mil homens, numa extensão de 9.275 quilómetros (desde a Europa a África), de forma a garantir a segurança dos participantes naquela que é considerada a prova rainha do todo-o-terreno.
O governante disse ainda que o cancelamento do rali prejudica gravemente o país, pois a passagem das comitivas fornece anualmente um alívio financeiro para as localidades raramente visitadas.
“No que diz respeito ao rali, há uma total coordenação”, frisou Babah Sidi Abdallah.
GOVERNO PORTUGUÊS LAMENTA CANCELAMENTO
O ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, lamentou esta sexta-feira a anulação do rali Lisboa-Dacar 2008, afirmando respeitar a decisão da empresa internacional organizadora do evento desportivo e elogiando a organização portuguesa da prova.
"O Governo português lamenta profundamente, mas respeita a decisão de anular o Lisboa-Dacar. A segurança está em primeiro lugar. Depois do anúncio do governo francês, pesava uma grande responsabilidade sobre a organização, que revelou que é muito escrupulosa com as questões de segurança", afirmou o governante numa conferência de imprensa conjunta com João Lagos, da empresa portuguesa organizadora da prova, a Lagos Sport, e o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa.
Pedro Silva Pereira revelou que o Governo Português “fez diligências” junto ao executivo francês, acrescentando que este defendeu razões de Estado para este alerta.
Segundo o ministro, “o Dacar é uma aventura e não é uma prova isenta de riscos. O governo francês fez uma coisa que não fez em anos anteriores, com base em informações que dispunha”.
Silva Pereira elogiou ainda o trabalho da organização portuguesa, a Lagos Sport, afirmando que “estes dias deram para perceber que tudo estava a decorrer de forma perfeita”.
Por seu lado, João Lagos mostrou-se “solidário com as razões do governo francês”, mas que não é por esta razão que vai esmorecer.
João Lagos revelou ainda que a empresa disponibilizou-se para organizar uma prova alternativa, de menores dimensões, entre Portugal e Marrocos, mas o conhecimento de que as ameaças terroristas eram para todo o rali “tornava impossível qualquer alternativa”.
Sobre a edição do rali de 2009, cuja partida seria também de Lisboa, João Lagos informou que o tema vai ser debatido esta tarde como responsável máximo da ASO.
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