Relógio do Juízo Final aproxima-se da meia-noite nuclear
Boletim dos Cientistas Atómicos
O relógio do Juízo Final, também conhecido por Pêndulo do Apocalipse, lançado na década de 1940 pelos criadores da primeira bomba atómica, vai ser hoje adiantado alguns minutos, aproximando-se da meia-noite, a hora que simboliza o holocausto nuclear.
O relógio simbólico, que é gerido desde 1947 pelos directores do Boletim dos Cientistas Atómicos para alertar para os perigos da proliferação nuclear, será adiantado às 14h de hoje em cerimónias simultâneas em Washington e Londres.
As ambições nucleares do Irão e da Coreia do Norte, a escalada do terrorismo, a proliferação de materiais nucleares em várias partes do mundo, o estado de «pronto a disparar» de 2 mil das 25 mil armas atómicas detidas pelos Estados Unidos e pela Rússia são os motivos que levaram ao adiantamento do relógio.
Segundo os cientistas, o acerto da hora também assinala a entrada na «segunda era nuclear, marcada por graves ameaças».
Acertado em 1947 para as 23h53 (sete minutos antes da meia-noite), os ponteiros do relógio foram mexidos 17 vezes em resposta a acontecimentos mundiais.
A última mudança aconteceu em 2002 quando o relógio foi adiantado dois minutos na sequência da saída dos Estados Unidos do Tratado de Mísseis Anti-Balísticos e depois de ter sido revelado que organizações terroristas procuravam obter armas nucleares e biológicas.
Actualmente, o relógio está novamente nos sete minutos para a meia-noite, a posição mais perigosa desde o fim da Guerra Fria (1990), quando os ponteiros foram posicionados nos 10 minutos para a meia-noite.
Fundado em 1945 por cientistas que ajudaram a desenvolver a bomba atómica, o Boletim de Cientistas Atómicos conta 17 prémios Nobel entre os seus directores e patrocinadores.
Lusa / SOL
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